Na imagem há uma mulher à esquerda, de vestido vermelho, e um homem à direita, que veste calça jeans e camiseta branca de manga curta. O homem é cerca de 15 centímetros mais alto que a mulher. O vestido dela chega aos joelhos e tem manga curta. Ambos estão de costas para a imagem, olhando para um quadro verde escolar com vários pontos de interrogação. Eles estão no que parece ser uma sala de aula. Do lado direito da sala há uma janela, com iluminação entrando, e do lado esquerdo há uma porta.

6 curiosidades sobre Ellen

Um livro até pode surgir do acaso. Estou começando a engatinhar na carreira literária, e tenho visto que a criação de livros pode partir de diferentes maneiras. Essa do acaso é uma delas, mas, para mim, fatos cotidianos são as inspirações. Desde pequeno, minha imaginação ia além do que conseguia dominar, e hoje isso não é diferente. Posso conversar pessoalmente com você, olhar nos seus olhos e prestar atenção em suas palavras, mas é provável que eu esteja vendo através do seu corpo: para o além, para a magia das histórias. Não é nada pessoal com ninguém, que fique bem claro.

Para escrever Ellen, uma série de acontecimentos foi necessária, das mais simples às mais profundas. Agora, você fica sabendo 6 curiosidades em torno do desenvolvimento dessa história.

1) Relacionamento que não deu certo

A maioria das pessoas, em algum momento, passou por algum relacionamento que não deu certo, mas que, tempos depois, arrependeu-se amargamente. A pedra fundamental de Ellen decorreu disso, de um amor que não deu certo. Sei que você vai querer saber quem é, mas esse é um segredo guardado a sete chaves.

Os rompimentos indesejados são fontes para profundas transformações. Existe o tempo do luto pelo término, que é dolorido, para várias pessoas, na mesma proporção que acontecimentos trágicos. Para mim, esse término foi, efetivamente, bem ruim; um meio de superar – ou tentar – foi a partir da escrita, pois terapia, exercícios físicos, trabalho e mais trabalho, entre outros, não se mostraram suficientes.

Assim que terminei a história, senti como se tivesse conseguido deixar esse relacionamento finalizado em seu devido lugar. Um dia, isso teria de ocorrer.

2) Inspiração em filmes chineses

O desenvolvimento da narrativa teve inspiração nos filmes “Longa Jornada Noite Adentro” e “Kaili Blues”, ambos do jovem cineasta Bi Gan. A forma como Bi Gan desenvolve suas histórias, beirando o real versus sonho, com pitadas oníricas, estimulou o modo como pensei as cenas do livro. Se você ainda não assistiu a esses filmes, recomendo MUITO.

O meu preferido é “Longa Jornada Noite Adentro”. A estética e a narrativa quase sonolenta podem desagradar a muitas pessoas, mas, como vivi uma história bem semelhante ao personagem principal, na busca por alguém que conheceu e nunca esqueceu, o filme gerou impacto considerável.

Abaixo, confira o trailer de “Longa Jornada Noite Adentro”.

3) Encantamento por Iain Reid

A trama em torno de Vicenzo e Ellen também teve como fonte de inspiração uma obra literária. “Eu Estou Pensando Em Acabar Com Tudo”, de Iain Reid, aprimorou a visão de como eu poderia jogar para o papel as mudanças de situação entre os atos e os personagens, sem que suas ações soassem inverossímeis.

A trama é simples e também gira em torno de relacionamentos, os bloqueios do passado e a ansiedade pelo futuro. Caso não tenha assistido ao filme, eis o trailer:

Observação: o final do livro é melhor que o do filme.

4) Um atolamento – que não foi só um atolamento

Nos arredores da Nascente do Rio Tietê, em Salesópolis (SP), consegui atolar um carro alugado. Entrei em desespero, pois, margeando a estreita estrada, havia apenas mato e cantos de pássaros. À frente e atrás do carro, vislumbrava apenas terra e lama.

Esse fato desencadeou o que faltava para rascunhar o livro.

Bem, juro que entrei em desespero e me imaginei preso no lugar o final de semana inteiro, até que, quebrando minha corrente negativa, uma alma caridosa, trabalhador do próprio Parque da Nascente – a cerca de 1,5 quilômetro do local –, ajudou a desatolar o veículo. Na verdade, ele não ajudou: desatolou o carro sem o meu apoio.

O desespero de me sentir sozinho e a falta de sabedoria para tentar desatolar foram sentimentos que consegui anotar, horas depois, em meu celular. Não tenho medo de escuro, muito menos de “fantasmas”, mas nesse dia… veja… senti um pavor absurdo.

5) A eterna e amada Serra Negra

No dia seguinte ao atolamento, após dirigir centenas de quilômetros de Salesópolis a Santos e de Santos a Serra Negra usando apenas um par de chinelos – pois minhas botas ficaram cheias de lama –, sentei-me em um dos bancos da praça central da cidade e rascunhei os mais de 40 capítulos de Ellen de uma só vez.

Fiquei cerca de duas horas na tela do celular com a mente na Ellen de verdade, no horror de me sentir sozinho com o carro atolado e em todos os fatos da história que já rondavam a minha cabeça.

Sempre que possível, regresso a Serra Negra e olho o banco que sentei naquela data, como se pudesse me ver de outro ângulo.

6) Locais que existem

A maior parte dos locais apresentados durante a trama existem de verdade, alguns modificados, outros descritos de forma fiel. Postos de gasolina e suas conveniências, por sinal, estão entre as minhas paixões e descritos no livro, assim como hotéis e estações de trem.

Se você já leu o livro, arrisca-se a dizer quais são esses locais?

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