Este artigo não é opinativo e tem o objetivo de ilustrar, de maneira breve, um panorama do mercado brasileiro de compradores de livros.
Dizer que a leitura abre portas para a imaginação e para o mundo é quase redundância – para não dizer que é total redundante. É possível conhecer outras culturas, alcançar outras maneiras de refletir fatos e, em especial, entender a história e a evolução da sociedade por meio de palavras e imagens, seja ficção ou não-ficção. Preto no branco, no papel ou no digital.
E no Brasil, você tem ideia de como anda o interesse pela leitura?
Então, vem comigo.
De acordo com o estudo “Panorama do Consumo dos Livros”, divulgado em dezembro de 2023 pela Câmera Brasileira do Livro, aproximadamente 16% da população brasileira acima dos 18 anos indicou ter adquirido ao menos um livro nos últimos 12 meses. Ou seja, em torno de 25 milhões de consumidores.
Um bom número, não é?
Em termos relativos, acredito que sim. 25 milhões não é pouca coisa. 25 milhões é número capaz de decidir eleições.
No entanto, ainda há vastíssimo percentual a ser explorado.
A pesquisa releva que o perfil do comprador está mais centrado nas mulheres, em especial das classes C e B e com predominância nas regiões Nordeste e Sudeste. Aliás, 91% desse público consumidor têm a escolaridade do Ensino Médio em diante, mostrando-se mais qualificado.
Também é demonstrado, ainda segundo o estudo, que a maior parte dos consumidores de livros, ao todo 55%, optam por realizar suas compras por meio da internet, que é consequência da maior percepção de ofertas disponíveis e da comodidade de receber em casa, no trabalho ou outros locais.
Em minha opinião, não bastasse a facilidade ocasionada pela internet, há o fato de que o número de livrarias físicas tem apresentado redução ano após ano, com poucas sobreviventes – algumas delas até nichadas para um perfil de público, o que pode afastar as pessoas mais generalistas.
E a “batalha” físico X digital, como está?
O formato digital, por meio de celular, Kindle ou demais aparelhos de leitura, tem caído no gosto da população. Eu próprio, durante anos, não abria mãos dos livros físicos por questões saudosistas: o peso do livro, o cheiro e a textura do papel, receber em casa ou comprar em livrarias e mercados, entre outras justificativas. Claro que o livro físico é maravilhoso, mas não nego que os leitores digitais facilitam a vida, ainda mais por amar ler durante o deslocamento em transporte público. Abrir um livro no ônibus ou trem requer certa habilidade ao passo que o Kindle, por exemplo, permite deixar a outra mão para segurar os canos do transporte.
O que dizem os dados da pesquisa, nesse sentido?
Nos últimos 12 meses, 54% dos entrevistados alegaram ter comprado apenas livros em papel e outros 15% especificamente em formato digital. É curioso pensar que, ao menos para mim, 81% desses preferem o ebook (os outros 19% são relativos áudio book) e metade realiza a leitura pelo celular, demonstrando que os aparelhos especificamente para leitura contam com vasto campo para explorar.
O levantamento encomendado pela Câmara Brasileira do Livro ao Instituto Nielsen denota que a população tem baixa adesão a livros se levarmos em consideração o número relativo de brasileiros. É claro que há muita gente ainda sem possibilidades de destinar uma parcela do salário para ter acesso a um ou mais livros, e talvez isso ajude a justificar a pirataria existente nos formatos digitais – aqui, não cabe julgamento.
Para conferir o estudo completo, acesse o site da CBL: https://cbl.org.br/pesquisas-de-mercado/
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